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Museu das Comunicações e Humanidades abre parte do acervo com peças inéditas na internet

RIO — Por sua própria essência, era de se esperar que o Museu das Comunicações e Humanidades, no Flamengo, aderisse à onda de exposições virtuais de museus e centros culturais que ganharam força com o isolamento social. Hoje, a instituição abrigada no Oi Futuro abre as portas virtuais com um catálogo de 3.800 itens, entre eles telefones, computadores, rádios, objetos, fotografias e documentos, quase todos em diálogo com a história das comunicações do Brasil e do mundo. É um pequeno recorte do acervo do museu, que guarda mais de 130 mil peças. Para visitar, basta acessar o site oifuturo.org.br.

Estão lá, por exemplo, fotografias de Augusto Malta que retratam um Rio de Janeiro bucólico na primeira metade do século XX, com registros da transformação da cidade liderada pelo então prefeito Pereira Passos (1836-1913).

Praça Tiradentes fotografada por Augusto Malta, em 1906 Foto: Divulgação
Praça Tiradentes fotografada por Augusto Malta, em 1906 Foto: Divulgação

Outras fotos históricas mostram o avanço da cidade na época, com a instalação dos primeiros telefones públicos e estações de trabalho de telefonistas. Alguns objetos também merecem destaque, como a primeira lista telefônica do Rio, datada de 1905, quando os números tinham apenas quatro dígitos, e o primeiro modelo de telégrafo a chegar no Brasil, no século XIX.

Segundo Roberto Guimarães, gerente-executivo de cultura do Oi Futuro, boa parte das peças expostas são inéditas para o público, já que não podiam ficar no espaço físico do museu, seja pela fragilidade ou pelo tamanho do item.

— As coleções nos museus são formadas por milhares de itens e a sua maior parte está guardada em reserva técnica. Possuímos uma linda reserva também, localizada na mesma rua do Musehum, no Catete, mas com visitação restrita e condicionada a agendamento prévio. O nosso quantitativo é superior à capacidade de exibição e, com isso, as pessoas conhecem somente parte de um todo. Divulgar, pouco a pouco, o nosso “tesouro” é tão primordial quanto preservá-lo — explica o gerente.

Recém-batizado de Musehum, o Museu das Comunicações e Humanidades ocupa o prédio onde funcionou, a partir de 1918, a estação telefônica Beira-Mar, uma das mais importantes da cidade quando a telefonia no país engatinhava. Ali, inaugurou-se em 1981 o Museu do Telephone que, em 2007, foi repaginado e se tornou o Museu das Telecomunicações. A mudança era necessária diante da evolução da própria história das comunicações, com advento da internet e a popularização dos aparelhos celulares.

No início deste ano, após seis meses de obra, o espaço ganhou nova roupagem mais uma vez, oferecendo, além dos objetos expositivos, experiências em realidade virtual e um ambiente imersivo com um jogo de espelhos e luzes em que o usuário, após fornecer informações sobre suas redes sociais, pode ver o seu rastro digital.

Foram poucos meses de portas abertas no novo museu até a pandemia se instaurar, forçando medidas de isolamento social. O tempo de portas fechadas foi utilizado para criar a plataforma de visita on-line que vai continuar de pé mesmo após a pandemia.

— Trata-se de projeto permanente e que veio para ficar. — garante Roberto Guimarães. — A ideia é disponibilizar, cada vez mais, itens de nosso acervo para o grande público, não apenas para pesquisadores, estudantes, museólogos, que são os grupos que, normalmente, buscam informações conosco.

Por O Globo

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