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Vinho seco pode ser doce?

Para responder, precisamos analisar alguns detalhes do vinho

Primeiramente, é preciso entender o que diz a regulamentação do vinho no Brasil sobre o que é um vinho seco, meio-seco, suave ou doce.

Pelas nossas regras, se a bebida tem até 4 gramas de glicose por litro, ela pode ser chamada de “vinho seco”. Se ela tiver de 4 a 25 gramas, recebe o nome de meio-seco ou Demi-sec. E, por fim, se tiver mais de 25 gramas (até o limite de 80 gramas), é considerada doce ou suave. Mas um vinho dito “seco” pode ter tons adocicados?

Sim, e isso não quer dizer que ele está fora da lei. Alguns vinhos secos podem ter um sabor mais doce devido a alguns fatores que fazem com que percebamos o açúcar residual de forma mais acentuada. Um deles seria a acidez mais baixa, outro a própria maturação da fruta, outro ainda um nível mais elevado de álcool e também a presença mais marcante do carvalho.

Todos esses fatores tendem a nos dar a sensação de dulçor, mesmo que isso às vezes não se confirme no paladar. Notas de baunilha do carvalho, por exemplo, podem estar muito pronunciadas nos aromas, levando nosso cérebro a compreender que estará diante de algo doce, mas, no fim, os sabores serem secos. Situação similar acontece com o álcool, que com o glicerol exalta a sensação de doçura tanto nos aromas quanto no paladar.

A questão da acidez também é relevante, pois a relação entre o açúcar e o pH contribui para determinar a sensação na boca, tanto que, a International Riesling Foundation, por exemplo, aponta quatro categorias de doçura com base na proporção entre açúcar e acidez. E, por fim, frutas muito maduras podem transmitir uma impressão de doçura mesmo em um vinho dito seco.

Por Revista Adega

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