No lugar de “HD 23079 b”, o planeta agora é “guarani”. A sua estrela hospedeira, a “HD 23079”, passa a ser “tupi”. A União Astronômica Internacional (IAU) completou 100 anos em 2019 e convidou mais de 110 países para o batismo de exoplanetas, aqueles localizados fora do Sistema Solar. Foram 360 mil propostas, e o Brasil decidiu homenagear seus povos indígenas.
A partir de agora, as pesquisas relacionadas a esses planetas e estrelas usarão o nome científico em paralelo com o escolhido pelos países. Alguns exemplos:
- Irlanda – escolheram nomes de cães mitológicos: Bran e Tuiren
- Jordânia – nome de cidades antigas e protegidas ao sul do país: Wadirum e Petra
- Malaisia – nomes na língua malaia: Baiduri e Intan
- Burkina Faso – nomes de rios do país: Nakambé e Mouhoun
Como a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu 2019 como o “Ano Internacional das Línguas Indígenas”, os países falantes foram incentivados a propor palavras usadas pelos povos tradicionais. Além do Brasil, a Argentina escolheu os nomes “Naqaya”, para o exoplaneta, e “Nosaxa”, para a estrela, do idioma da comunidade indígena Moqoit.
“As observações astronômicas levadas até agora descobriram mais de 4 mil planetas ao redor de outras estrelas — os chamados exoplanetas. O número de descobertas continua a dobrar a cada 2 anos e meio, revelando novas populações notáveis de planetas e colocando nossa própria Terra e o Sistema Solar em perspectiva”, disse Eric Mamajek, co-presidente do comitê gestor da campanha.
A campanha brasileira para a escolha dos nomes foi aberta ao público entre junho e setembro de 2019. Foram 977 sugestões de pares para batizar a estrela e o exoplaneta. Um comissão fez uma pré-seleção e estabeleceu 14 propostas. “Guarani” e “Tupi” receberam mais votos – foram 7 mil ao todo.
A IAU é uma organização que reúne 13,5 mil astrônomos de mais de 100 países. É a autoridade internacionalmente reconhecida para escolher nomes e designações de corpos celestes.
Por G1