SIGA O JUSCELINO NAS REDES  
  
  
  
  
Home > Cultura > Exposição de Marc Ferrez apresenta fotos do Brasil no século 19

Exposição de Marc Ferrez apresenta fotos do Brasil no século 19

Considerado um dos fotógrafos brasileiros mais importantes do século 19, Marc Ferrez (1843-1923) ganha uma retrospectiva gratuita no IMS Rio.

Na exposição “Marc Ferrez: território e imagem” estão reunidos mais de 300 itens, entre fotografias, álbuns originais, câmeras, equipamentos e documentos, produzidos entre 1867 e 1922.

Foto de Marc Ferrez: Pão de Açúcar visto do alto de Santa Teresa, em 1885
Crédito: Coleção Gilberto Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles Pão de Açúcar visto do alto de Santa Teresa, em 1885

Com curadoria de Sergio Burgi, coordenador da área de Fotografia do IMS, a mostra explora as múltiplas facetas de Ferrez, que trabalhou como fotógrafo oficial em projetos do Império ao mesmo tempo em que mantinha uma proximidade com a ciência e a engenharia.

Foto de Marc Ferrez: Ponte do Silvestre
Crédito: Coleção Gilberto Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles Ponte do Silvestre, em 1895

Seus registros constituem um amplo panorama do Brasil. O público vai encontrar tanto imagens de obras públicas, como a modernização da estrada de ferro da São Paulo Railway Company, que ligava Santos a Jundiaí e a construção da avenida Central, atual Rio Branco, entre 1903 e 1906, quanto retratos da escravidão nas fazendas de café no vale do Paraíba e nas minas no estado de Minas Gerais, principais atividades econômicas durante o Segundo Império.

Escravizados em terreiro da Fazenda Monte Café Sapucaia, Vale do Paraíba, na década de 1880
Crédito: Coleção Gilberto Ferrez/ Acervo Instituto Moreira Salles Escravizados em terreiro da Fazenda Monte Café Sapucaia, Vale do Paraíba, na década de 1880

Suas fotos tinham o objetivo de divulgar internacionalmente a imagem de um sistema produtivo e eficiente, por isso elas não apresentam os conflitos sociais e as ideias abolicionistas do período. Mesmo assim, quando examinadas detalhadamente, as imagens fogem das intenções do autor. Com fortes expressões, homens, mulheres e crianças escravizados encaram diretamente a câmera, expressando a violência do sistema brutal e anacrônico que se arrastaria até o final da década de 1880.

Trabalhadores escravizados em fazenda de café Vale do Paraíba, em 1885
Crédito: Acervo Instituto Moreira SallesTrabalhadores escravizados em fazenda de café Vale do Paraíba, em 1885

Em 1873, um incêndio destruiu o ateliê de Ferrez, e muitas das fotos feitas por ele no início da carreira se perderam. Deste período restaram algumas raridades, que também estão na mostra: são paisagens de várias localidades, principalmente do Rio de Janeiro, em que é possível perceber o diálogo com os fotógrafos Revert Henrique Klumb e Augusto Stahl.

Jardim no Passeio Público
Crédito: Acervo Instituto Moreira Salles Jardim no Passeio Público

Entre 1875 e 1876, Ferrez atuou na Comissão Geológica do Império do Brasil, cujo objetivo era realizar um levantamento geológico de todo o território nacional. Assim, ele percorreu o país de Norte a Sul, tornando-se o primeiro fotógrafo a documentar extensivamente as diversas regiões brasileiras. Por meio de projeções em grande formato, o IMS apresenta registros feitas nos estados do Nordeste e ao longo do rio São Francisco, pertencentes à coleção do Getty Museum de Los Angeles. A exposição fica em cartaz até o dia 15 de março.

Por Catraca Livre

Você pode gostar também de
Maestro João Carlos Martins ganha exposição gratuita na Paulista
Semana de Arte Moderna ganha exposição imperdível no MAM SP
Exposição no IMS Rio exibe fotografias icônicas de Peter Scheier
Festival Afrikanse reúne personalidades do Brasil e da África

Deixe o seu comentário