A bebida que já existia no século 2, era utilizada por tropas romanas para esquentar os corpos durante as campanhas no inverno
O mulled wine é o vinho quente original
Há quem ame, há quem odeie. Mas o vinho quente é presença confirmada em festas juninas e julinas Brasil afora.
O que pouca gente sabe é que, apesar de tradicional em terras tupiniquins, o vinho quente é muito mais antigo que o próprio Brasil! O mulled wine – que pode ser traduzido como “vinho curtido” e ainda atende por outros nomes como glühwein, vino caliente, glögg, vin brulé, bisschopswijn, vin chaud, candola… – foi criado pelos romanos!
Não se tem ideia de quando exatamente a bebida nasceu, mas o fato é que no século 2, durante a expansão romana que chegou até às ilhas britânicas, a bebida já era consumida pelas tropas.
O objetivo era simples, esquentar o corpo durante os rigorosos invernos no norte europeu.
O mulled wine passou, no século 19, a ser a bebida tradicional do Natal
Mas se era para esquentar porque não usar apenas o vinho? Nessa época a vinificação era pouco entendida e o vinho era mais parecido com um clarete, ou seja, pouco álcool e mais próximo de um rosé rústico do que com os tintos modernos.
Além do mais a fusão de ervas e especiarias era uma forma de medicina, protegendo a saúde das tropas durante os meses mais frios.
Mas foi durante o século 16 que o mulled wine se popularizou. Com o frio e a peste negra que assolava a Europa, era mais seguro beber vinho do que água. Mas a qualidade do vinho não era boa, assim as famílias passaram a adicionar ervas e especiarias para mascarar o sabor ruim da bebida.
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E foi no final do século 19 na Suécia que o por lá chamado Glögg, em uma jogada de marketing dos fabricantes, passou a ser associado ao Natal. A bebida, que havia caído em esquecimento no resto da Europa, voltou com tudo nos anos seguintes com essa associação às festas e ganhou inúmeras receitas nos mais diversos países e culturas mundo afora.
A receita é simples, basta ficar atento para a mistura não levantar fervura
Chegou ao Brasil e aqui, com o Natal no verão, achou seu lugar nas festas juninas, comemoradas nos meses mais frio.
E apesar de haver inúmeras receitas a mais, digamos, tradicional na Europa é:
- Duas garrafas de vinho tinto (Merlot é uma boa pedida)
- Uma laranja
- Cravo
- Uma colher de sopa de canela
- Canela em pau
- Uma colher de sopa de noz-moscada
- Duas colheres de açúcar mascavo
Preparo:
- Corte a laranja em gomos e espete os cravos em cada um dos pedaços
- Leve uma panela a fogo baixo e esquente todos os ingredientes por 20 minutos. Importante não deixar a mistura ferver para que o álcool não evapore. Caso a bebida comece a esquentar demais, levante a panela do fogão até baixar a fervura.
- Basta servir ainda quente e enfeitar o copo com a canela em pau.
Se quiser incrementar a receita, utilize especiarias diversas como anis e cardamomo.
Por Revista Adega