O Instituto Inhotim em Brumadinho, MG, deve reabrir em breve – só não há uma data definida para tal. O mais importante museu a céu aberto do Brasil esteve fechado para visitas desde o dia 18 de março, na esteira do surto da covid-19 no país. Por enquanto, o Instituto está desenhando as medidas necessárias para voltar a operar sem colocar funcionários e visitantes em risco. A abertura definitiva só deve acontecer com o acordo múto entre órgãos oficiais de saúde e de turismo.
O Inhotim pode se provar um desafio para o controle do distanciamento social em espaços públicos. O complexo, afinal, conta com uma mescla de amplas áreas ao ar livre, trilhas e exposições indoor de estruturas distintas, e os riscos de contaminação mudam de acordo. O resumo da ópera? “O Inhotim é totalmente diferente dos outros museus do mundo, com uma imensa área aberta e muitas particularidades. Tem pavilhões com interação com o público, outros não. Cada espaço terá regras de uso diferentes”, diz ao jornal O Tempo Carlos Starling, membro do comitê de combate à covid-19 montado pela prefeitura de Belo Horizonte, MG.
A pandemia vem se somar a outros problemas: em 2019, o rompimento da barragem da mina de Córrego do Feijão (operada pela Vale) em Brumadinho significou uma queda no número de visitantes, ainda que o museu estivesse a uma distância segura – entre janeiro a agosto deste ano, Inhotim recebeu 170 mil pessoas, uma queda de 40% do esperado em uma temporada normal. Moradores locais que compõem boa parte do quadro de funcionários do Instituto conviveram diretamente com a perda de familiares na tragédia, que resultou em 259 mortos e 11 desaparecidos.
Mais recentemente, entre maio e junho, 84 funcionários foram demitidos. A gerência do Instituto informou que a prioridade foi manter postos de trabalho de moradores locais e pessoas vulneráveis. Hoje, 212 funcionários administrativos continuam trabalhando em regime de home office, e outros 139 atuam in loco, através de um esquema de revezamento e menores escalas.
Enquanto a operação não volta ao normal, vale lembrar: o Inhotim está na lista de museus que oferecem visitas digitais. Por meio da plataforma Arts & Culture do Google é possível observar os jardins e galerias do Instituto, além de ver imagens das obras de arte em alta resolução com explicações sobre artistas e períodos históricos.
Por GQ