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Vinícola-museu tem obras ao ar livre, como o Instituto Inhotim

Ao olhar pela fachada em direção à lâmina d’água logo se vê uma das famosas aranhas da mundialmente famosa Louise Bourgeois. Desviando um pouco o olhar para outra posição vê-se uma obra, um dos conhecidos móbiles de Alexander Calder. Andando um pouco, sobre uma leve colina, uma instalação de ninguém menos que Frank Owen Gehry. No meio de algumas árvores, uma instalação do escultor brasileiro Tunga. A cada passo, cada olhar, uma surpresa. 

Pode-se pensar que tudo isso, mais uma série de prédios e outras obras projetadas simplesmente pelo mestre japonês Tadao Ando, além das estruturas do premiado arquiteto francês Jean Nouvel, fazem parte de um grande museu à céu aberto, no estilo do Instituto Inhotim, de Minas Gerais, mas não. Tudo isso faz parte do Château La Coste. 

Ao olhar pela fachada em direção à lâmina d’água logo se vê uma das famosas aranhas da mundialmente famosa Louise Bourgeois  

Uma vinícola, à princípio, o Château La Coste fica na comuna de Le Puy-Sainte-Réparad, não muito distante de Aix-en-Provence e possui cerca de 200 hectares de terras onde produz não somente belos vinhos (brancos, tintos e rosés) como também permite um deslumbre aos olhos dos visitantes que se deparam com mais de 20 obras e instalações magníficas, sem contar as exposições temporárias em seus pavilhões. 

O museu-vinícola, mantido por um grupo de investimentos irlandês, contempla o mundo vitivinícola associando completamente o elemento da arte e da cultura através de obras que vão sendo acrescidas ao “catálogo” do local. 

 

Do vinho à arte 

Série de prédios e outras obras foram projetadas pelo mestre japonês Tadao Ando  

Começando pelo vinho, deve-se dizer os rótulos são produzidos desde 2008 em dois grandes edifícios contemporâneos concebidos por Jean Nouvel. Eles possuem forma esférica e, de certa forma, lembram estufas ou antigos armazéns agrícolas que ainda hoje podem ser vistos nessa região do sul da França.  

Cada edifício tem 10 metros de altura e é feito de alumínio ondulado. O menor e aberto em um dos lados serve para a recepção das uvas, a seleção manual e para as três grandes prensas. O maior, que tem a fachada frontal velada por uma série de viseiras, fica com parte de engarrafamento e o estoque. As barricas ficam guardadas 16 metros abaixo do solo. 

Inspiração em Cézane 

Pavilhão da Música, projeto do consagrado arquiteto Frank O. Gehry  

Além da vinícola, o Château La Coste tem verdadeiramente um centro de arte. Este centro foi concebido por Tadao Ando. O prédio adota muitos dos elementos que caracterizam a obra do mestre japonês, dando voz à luz natural e à natureza em si. Logo à frente do edifício há uma lâmina d’água “infinita” esconde o estacionamento subterrâneo e serve de palco para o nível superior que tem forma de V. Ele é margeado por elevações inteiras de vidro e uma das alas do “V” abriga a recepção e uma livraria, enquanto que a outra inclui um restaurante com vista para a água e as vinhas. 

As paredes são feitas de concreto simples e liso marcadas por uma série de pontos cônicos e organizadas em proporções estilo tatame. Isso cria linhas geométricas intrigantes. Há uma interação entre espaços internos e externos, além da integração com a paisagem, tudo isso destacado pela colunata que desaparece entre o prédio e as videiras. “O que tentei fazer aqui, por causa da presença de Cézanne em Aix, foi criar novos trabalhos próximos da natureza. Eu queria capturar o mesmo espírito, muito humilde, de uma pintura de Cézanne”, afirmou Ando. 

Museu conteporâneo 

A vinícola é compostas por dois prédios com cobertura de alumínio ondulado  

Em meio a tudo isso, artistas e arquitetos foram convidados a visitar o château e encorajados a escolher um lugar na paisagem que lhes inspirasse. Mais que isso, eles tiveram a liberdade de criar um trabalho para compor com o local. “O Château La Coste continuará evoluindo à medida que novos projetos e instalações forem desenvolvidas”, afirma o site da vinícola. 

Como um museu, o Château La Coste cobra entrada (15 euros) e, como uma vinícola, também cobra pelas degustações (12 euros). A organização recomenda agendar as visitas e afirma que os passeios costumam durar cerca de duas horas. Entre os diversos artistas e arquitetos que deixaram sua marca por lá estão Paul Matisse (neto de Henry Matisse), com seu sino de meditação, cujas badaladas soam por 10 minutos, além do japonês Hiroshi Sugimoto com seu Modelo Matemático, Tom Shannon com a sua “Gota”, e outros diversos trabalhos “fixos” de Tracey Emin, Liam Gillick, Larry Neufeld, Jean-Michel Othoniel, Richard Serra, Lee Ufan, Michael Stipe, Franz West etc. isso ainda sem contar as exposições temporárias que ocorrem no pavilhão de exposições projetado pelo italiano Renzo Piano. Nunca vinho e arte fizeram tanto sentido juntos. 

Por Revista Adega

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