O vinho branco pode ser feito com uvas brancas ou tintas
Pergunta que não quer calar: se a polpa da uva é branca, o que torna o vinho tinto avermelhado?
A resposta é bastante simples: as cascas.
Na verdade, é o contato com as cascas durante a fermentação, em um processo chamado de maceração. Assim, uvas tintas que fermentam em contato com suas cascas acabam gerando um líquido avermelhado. A densidade da cor vai depender tanto da intensidade da cor da própria pele da uva quanto do tempo de contato dela com o mosto.
Portanto, se retirarmos o contato com as cascas das uvas, vamos ter como resultado um vinho branco.
Então, sim, é possível fazer um vinho branco de uvas tintas.
Voltando um pouco na história, talvez você já tenha ouvido o termo clarete, muito comum para designar os vinhos de Bordeaux até o século 19. Por que eles recebiam esse nome? Porque tinham cor vermelho pálido, estilo um rosé, devido à pouca maceração com as cascas.
Lembrando que nem todos os rosés possuem cor clara devido à pouca maceração. Alguns (bem poucos e geralmente espumantes) podem ser feitos com uma mistura de vinho branco com tinto.
E por que não se vê muitos vinhos brancos feitos com uvas tintas por aí?
Basicamente porque a maceração com as cascas não dá ao vinho somente sua bela cor, mas aporta ainda outras características importantes, como taninos e outros polifenois presentes nas peles que influenciam diretamente nos sabores e aromas dos vinhos.
Ainda assim, se deixarmos de lado a ideia de “tintos e brancos”, há diversos espumantes brancos produzidos com uvas tintas, por exemplo, e alguns até recebem o nome de Blanc de Noirs (“branco de tintas”).
Contudo, é bastante raro ver um branco feito com uvas tintas, pois, na maioria das vezes, vale mais a pena macerar as cascas.
Por Revista Adega