Barcas descendo o Rio Douro carregadas de barricas com Vinho do Porto
Diz a lenda que, após se desentenderem comercialmente com os franceses e tendo passado a ancorar na cidade do Porto, navegadores ingleses começaram a comprar vinhos locais, que, na época, eram secos.
Entretanto, por conta da duração da viagem de volta ao seu país, esses vinhos frequentemente oxidavam, fazendo com que fosse necessário encontrar um meio para melhor conservar a bebida. Foi então que dois irmãos teriam resolvido adicionar aguardente ao vinho, que passou a suportar o período da travessia.
Em um determinado ano, a concentração de açúcar das uvas foi bastante elevada e o vinho produzido contava com um considerável teor de açúcar residual. Naquele ano, a adição de aguardente acabou resultando em um vinho agradável aos seus paladares e, com isso, teria surgido a ideia de se adicionar álcool durante o processo de fermentação, provocando a interrupção do processo e a consequente manutenção da doçura da bebida.
Assim nascia o vinho do Porto.
Mas um marco temporal tão importante quanto aconteceria anos mais tarde quando Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, resolveu regulamentar a produção do vinho que passava por uma crise gerada por adulterações. Os produtores estavam enviando vinho com qualidade baixa e até mesmo barricas com água ou mesmo vazias!
Marco pombalino delimitava a área vitivinícola do Douro
A situação foi resolvida com a criação da “Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro”, em 10 de setembro de 1756, órgão que conseguiu reestabelecer a qualidade do produto. Já no ano seguinte, Marquês de Pombal determinou a delimitação das principais áreas vitivinícolas do Vale do Douro, utilizando pedras que ficaram conhecidas como marcos pombalinos.
Dessa forma, o vinho do Porto – com essa denominação – somente pode ser produzido na Região Demarcada do Douro.
Apesar de haver uma certa polêmica sobre qual é a primeira denominação de origem do mundo – várias regiões querem o título – é fato que há muito o que comemorar nesses 265 anos.
E claro, nada melhor do que comemorar com uma bela taça de Vinho do Porto. Assim separamos aqui uma seleção com excelentes rótulos dos mais diversos estilos (tem até Porto branco!) para comemorar essa data especial:
Um blend de Malvasia Fina, Viozinho, Esgana Cão, Rabigato e Gouveio. Ideal sozinho, on the rocks, ou, ainda, como ingrediente para um delicioso Porto Tônico.
A história da vinícola Croft se confunde com a do Vinho do Porto, afinal, ela foi fundada em 1588. Esse é um clássico estilo Ruby que harmoniza muito bem com queijos azuis e sobremesas com chocolate amargo.
A categoria dos LBVs (Late Bottle Vintage) nasceu para proporcionar ao degustador um vinho que reflete o bom ano da região. Este foi envelhecido por cinco anos em cascos de madeira e se destaca pelo seu equilíbrio entre a gostosa acidez e os taninos firmes.
No aroma esse Porto já mostra a que veio. É como entrar em uma cave antiga com paredes de pedra. Musgos e flores de floresta se misturam em um aroma elegante que é finalizado na boca com uma acidez vibrante e um bouquet de nozes longo e prazeroso.
Vintages não só marcam grandes anos como também marcam grandes histórias. é o caso desse Porto que já passa dos 50 anos! Combine com boas companhias e celebre.
E para encontrar mais Vinhos do Porto pontuados da melhores importadoras do país, clique aqui.
Por Revista Adega