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Bairros menos “caminháveis” prejudicam a saúde dos moradores, diz estudo

Do UOL VivaBem, em São Paulo

Um estudo liderado por pesquisadores do St. Michael’s Hospital os Unity Health Toronto e IC/ES (entidade que reúne diversos cientistas) descobriram que pessoas que vivem em vizinhanças com menos opções de espaço para se fazer uma caminhada têm até 33% mais chance de sofrer com problemas cardiovasculares nos próximos dez anos em comparação com indivíduos que residem em bairros mais “caminháveis”.

Publicado no Journal of the American Heart Association, o estudo analisou dados de quase 45 mil indivíduos entre 40 e 74 anos em 15 grandes centros urbanos na província de Ontario, no Canadá.

Além do aumento do risco, os médicos notaram que os moradores de bairros com menos áreas de lazer para a prática de caminhadas tinham uma pressão sanguínea significativamente maior e ainda mais chances de desenvolver diabetes.

Como o estudo foi feito?

Os médicos analisaram 44.448 indivíduos da comunidade de 15 centros urbanos da província de Ontário, no Canadá, em 2008;

A amostra ficou restrita aos indivíduos entre 40 e 74 anos; indivíduos com histórico de doenças cardiovasculares foram excluídos; pessoas que passaram os dois anos antes do exame fora das cidades também;

A cada um dos indivíduos, foi atribuída uma “exposição de acessibilidade” com base na área de sua residência – uma pequena unidade geográfica que corresponde a alguns quarteirões da cidade;

A mobilidade residencial foi então avaliada usando fatores como opções de transporte (caminhada, ciclismo, carros e transporte público) e ter ou não um carro;

Em comparação com moradores que residem em bairros mais “caminháveis”, os moradores de localidades com menos opções tinham entre 9% e 33% mais risco de desenvolver problemas cardiovasculares nos próximos 10 anos;

Esses moradores também apresentaram uma pressão arterial mais alta e tinham mais propensão a desenvolver diabetes;

Curiosamente, as vizinhanças com menos espaços para caminhar foram associadas com menores índices de fumantes.

Por que isso é importante?

Os médicos acreditam que o estudo é mais uma evidência importante para mostrar que o planejamento urbano é fundamental para manter os moradores saudáveis. Segundo eles, a pesquisa comprova que a forma como as cidades são desenhadas têm profundo impacto na saúde do ser humano.

Além disso, eles acreditam que os dados da pesquisa possam funcionar como um incentivo para que pessoas que morem em bairros com menos opções de lazer procurem espaços para praticar exercícios ou criem uma rotina alternativa para manter uma atividade física.

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