Um gênero literário em versos, em que é indispensável a presença dos deuses e que trata dos feitos extraordinários dos homens superiores. Essa é a definição de poesia épica dada pela professora Elaine Cristine Sartorelli, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, no novo vídeo da série Estudos Clássicos em Dia, produzida pela FFLCH. O vídeo está disponível neste link.
No caso da épica grega e romana – destaca a professora no vídeo -, o ponto central é a Guerra de Troia, que colocou em confronto argivos (um dos nomes dos gregos) e troianos. “Essa guerra não se desenvolveu no tempo humano, histórico, mas no mítico, habitado pelos deuses. Portanto, para ser verossímil, a história não pode ser contada por um mortal. Por esse motivo, faz parte da convenção do gênero épico que o poeta se autoapresente como inspirado”, acrescenta Elaine, apontando outra característica da poesia épica. “A verdadeira autora do poema é a musa, testemunha ocular que garante a veracidade daquilo que é narrado. A musa é a memória de tudo aquilo que se deve ser contado, ou melhor, cantado, porque a musa canta. Assim, há sempre uma invocação à musa no começo do poema épico, conclamando que ela cante, por intermédio do poeta, os eventos ocorridos quando homens e deuses ainda conviviam de forma próxima.”
No vídeo, a professora discorre sobre as características de três das maiores obras do gênero épico: a Ilíada, a Odisseia – ambas atribuídas a Homero – e a Eneida, de Virgílio.
Por Jornal da USP