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Grupo Corpo apresenta aula virtual de dança dedicada aos profissionais da saúde

RIO — Fundado em 1975 na capital mineira, o Grupo Corpo precisou cancelar a temporada de comemoração de 45 anos em decorrência da pandemia. Após publicar em redes sociais vídeos de montagens históricas de seu repertório, a companhia decidiu estender o movimento virtual e homenagear os profissionais da saúde. Assim, surgiu um tocante projeto de aulas on-line, o Grupo Corpo de Plantão.

Depois do sucesso da estreia, na sexta-feira passada, eles realizam a segunda edição hoje, às 19h, com exercícios e movimentos inspirados no balé “Benguelê”, de 1998, com coreografia de Rodrigo Pederneiras e trilha composta por João Bosco. A aula tem cerca de 40 minutos, com direito, claro, a fundo musical.

— Quando a gente pensava nas comemorações, antes de o mundo virar de cabeça para baixo, a ideia era uma temporada relembrando nossa história — conta a diretora de programação, Claudia Ribeiro. — Depois, decidimos pelas ações virtuais. Mas pareceu um pouco descolado do que estava acontecendo. E tivemos a iniciativa de levar um carinho para a turma que trabalha no sistema de saúde. Queríamos demonstrar nosso reconhecimento e gratidão. E resolvemos fazer o que sabemos, que são aulas de dança.

O projeto acabou chamando a atenção do público em geral, e não apenas de profissionais que estão na linha de frente do combate à Covid-19. Na primeira aula, a cargo da bailarina Mariana do Rosário, foram cinco mil inscritos. Até ontem, a segunda aula já tinha 7,5 mil pessoas cadastradas. Para participar e receber o link exclusivo do YouTube, basta preencher um formulário no site grupocorpo.com.br.

— A coisa se ampliou, mas é o que queremos, que seja inclusivo, e que o convite chegue ao maior número possível de profissionais da saúde — afirma Claudia. — Já tivemos retornos muito comoventes de gente dos cantos mais remotos do país nos agradecendo. Isso nos deixa muito felizes, poder cuidar um pouco de quem cuida da gente.

A bailarina Mariana do Rosário durante a primeira aula virtual do Grupo Corpo Foto: Reprodução
A bailarina Mariana do Rosário durante a primeira aula virtual do Grupo Corpo Foto: Reprodução

Claudia faz questão de ressaltar que os interessados em participar não precisam se preocupar com o grau de dificuldade. A aula começa com exercícios de relaxamento e alongamento, justamente para quem está lidando com tanta tensão e estresse, e alguns passinhos vêm somente depois.

— A aula é preparada para um público que não é bailarino. É bem acessível, sem complexidade — explica a diretora, que celebra o aniversário do grupo. — Chegar aos 45 anos vivendo de dança contemporânea no Brasil é algo para se comemorar. O que nos caracteriza é a vontade de olhar e caminhar para a frente.

Responsável pela aula de hoje, a bailarina Janaína Castro está descobrindo um novo jeito de ensinar:

— Nunca tinha dado aula virtual, apenas presencial. Tenho praticado em frente à câmera, fico falando sozinha (risos). Vai ser uma experiência legal. O tempo exige mudanças e adaptações.

No nosso ritmo

Para a bailarina, “Benguelê” é uma obra com muita brasilidade:

— São movimentos inspirados na cultura africana, com muita ginga, o que é uma característica do grupo — explica. — Foi um dos primeiros balés que aprendi quando entrei. Já tivemos várias remontagens. Ele está no meu corpo.

Normalmente, a rotina diária da bailarina conta com seis horas de exercício. Com a quarentena, ela precisou se readaptar.

— De repente, me vi dentro de casa com meu filho, que tem muita demanda, assim como eu. Hoje, faço ioga, exercícios funcionais. Quando consigo um espaço, porque é necessário rearranjar os móveis de lugar, eu danço, mas exige um esforço — diz Janaína. — Tento fazer exercícios todos os dias, mas não me frustro se não consigo.

Ela tem outra efeméride para comemorar em 2020: seus 20 anos como integrante do Grupo Corpo.

— Saí de casa aos 17 anos. Costumo dizer que tenho mais tempo com o Corpo do que com meus pais — conta.

Por O Globo

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