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Museu da Língua Portuguesa começa a receber visitas agendadas antes da reabertura

SÃO PAULO — Apesar de a reinauguração oficial estar marcada para o final de junho, o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, começou a receber algumas visitas desde já. Nesta quinta-feira (12), a instituição lançou uma programação que levará, aos poucos, o público de volta ao espaço que pegou fogo em dezembro de 2015.

As visitas estão concentradas, por enquanto, às quintas e aos sábados. Nas quintas, são voltadas a estudantes da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Médio, com planos de visitação adequados a cada idade. Para marcar uma data, as escolas interessadas devem preencher um formulário disponível no site do museu

A prioridade é atrair colégios públicos das vizinhanças do museu, que fica no centro da capital paulista, entre os bairros Luz e Bom Retiro. Para isso, também foi criado o projeto Ônibus Andante, uma série de rotas para serem feitas a pé por professores e alunos para chegarem até o prédio histórico usando coletes coloridos que ajudam na sua identificação pelas ruas.

Para alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos), pessoas atendidas por serviços de assistência social e de saúde do entorno do museu e também para quem trabalha ou mora na região, há agendamento disponível para quintas e sábados.

Já para o público em geral, com entrada por ordem de chegada, as chances de visitar o museu ocorrem um sábado por mês, começando em 28 de março. Em abril, a oportunidade é no dia 25 e, em maio, no 30.

— Quisemos sempre manter o museu vivo, mesmo durante a obra — explica Deca Farroco, gerente de projetos da Fundação Roberto Marinho, responsável pelo conteúdo educativo. — Nos últimos anos, colocamos o museu para fora na Estação da Luz (vizinha de prédio da instituição), na Bienal do Livro no Rio e em São Paulo, na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), em Portugal (em 2018, foi recebido pelo MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, em Lisboa) e em países africanos.

Em junho

A reabertura para valer, após quatro anos de obras, será no dia 25 de junho, para autoridades e convidados. Em 27 de junho, um sábado, estará de portas abertas para todos os públicos. A projeção é a de que o museu atraia 500 mil visitantes por ano, um aumento em relação à fase anterior, quando, em um década, recebeu 4 milhões de pessoas.

Iniciada no final de 2016, a obra para reerguer o museu após o incêndio tem custo de R$ 81,4 milhões. O projeto para restaurar e readequar o espaço é elaborado e dirigido pelo governo estadual em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Além de recursos públicos, o orçamento vem de patrocinadores privados. São financiadores a EDP (empresa portuguesa de distribuição de energia elétrica, que também colabora com o Museu do Ipiranga), o Grupo Globo, o Grupo Itaú e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo).

A gestão do museu será feita por uma organização social (OS), seguindo o tipo de administração já adotada na maioria dos equipamentos culturais do estado de São Paulo. A expectativa é que a vencedora da licitação seja anunciada no final de março, para iniciar os trabalhos ainda em abril, conta Antônio Lessa, coordenador de museus e relações institucionais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

Aquecimento

Nesta fase de “chegança”, como foi batizado o período pelos organizadores, nem todas as áreas estão prontas, mas é possível testar algumas atrações. Por ter um acervo totalmente digital, a instituição não perdeu o seu conteúdo no incêndio. Mesmo assim, os organizadores optaram por renovar parte dele.

Na manhã desta quinta, quando a reportagem acompanhou uma visita ao local, era possível reconhecer mudanças tecnológicas, por exemplo, na chamada Rua da Língua, que existia antes com outro conteúdo. Em um corredor escuro de 130 metros, repleto de projeções na parede, os visitantes são recepcionados por um novo vídeo concebido pelo artista e arquiteto Guto Lacaz, com diversas palavras que “saltam” e “dançam” diante dos espectadores.

A "Praça da Língua", no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que passou por reformas após incêndio em 2015 Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo
A “Praça da Língua”, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que passou por reformas após incêndio em 2015 Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

Logo à frente, mais uma mudança: totens que destacam as origens estrangeiras de palavras usadas por nós têm novos recursos, com telas acionadas pelo toque. E, no último andar, um terraço, antes não aberto, virou uma opção para encerrar o percurso admirando a vista do Parque da Luz. PUBLICIDADE

Mas há também partes muito conhecidas que foram mantidas por inteiro: a Praça da Língua, projeção no teto que lembra um planetário de palavras, continua com o vídeo original, concebido por Arthur Nestrovski e José Miguel Wisnik.

— Todos que já vieram vão reconhecer o museu, mas verão muito mais tecnologia. Nós conseguimos manter o charme do museu e ter novas experiências — diz Luís Gouveia, diretor do Instituto EDP.

Por O Globo

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