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Morta em agosto, Fernanda Young vence Prêmio Jabuti

SÃO PAULO – Fernanda Young, falecida em agosto, aos 49 anos, levou um Jabuti póstumo pela antologia de crônicas “Pós-F: para além do masculino e do feminino”. No livro, sua única incursão na não ficção, Fernanda explora episódios autobiográficos para discutir o que significa ser homem e ser mulher hoje.

Houve ainda um segundo Jabuti póstumo, o de poesia, para Hilda Machado, autora de “Nuvens” (Editora 34). Falecida em 2007, Hilda chegou a registrar o manuscrito de “Nuvens” na Biblioteca Nacional para a proteção de direitos autorais, mas seus versos sarcásticos e de sofrimento raivoso só foram publicados no ano passado.

A escritora Hilda Machado, em foto de 1983, foi premiada pelo livro 'Nuvens'. Autora morreu em 2007 Foto: Beatriz Albuquerque / Divulgação
A escritora Hilda Machado, em foto de 1983, foi premiada pelo livro ‘Nuvens’. Autora morreu em 2007 Foto: Beatriz Albuquerque / Divulgação

A primeira escritora a subir ao palco, no entanto, foi Vilma Arêas, que venceu pelo livro de contos “Um beijo por mês”, publicado pela Luna Parque – ela concorria com o colunista do GLOBO Geovani Martins, autor do elogiado “O sol na cabeça”.

Tiago Ferro, que já havia vencido a categoria de estreantes do Prêmio São Paulo de Literatura, levou também o Jabuti com o romance “O pai da menina morta” (Todavia), baseado na tragédia pessoal do autor, que perdeu sua filha de 8 anos em 2006.

Na disputa categoria Humanidades, “Uma história da desigualdade” (Hucitec), do economista Pedro H. G. Ferreira de Souza, desbancou concorrentes de peso, como “Valsa brasileira” (Todavia), da também economista Laura Carvalho, “Ser republicano no Brasil Colônia”, da historiadora Heloisa Starling (Companhia das Letras).

Este ano, Jabuti voltou a separar as categorias Infantil e Juvenil. No ano passado, quando o prêmio foi reestruturado, as duas categorias foram unificadas. A mudança foi recebida com duras que e resultou na renúncia do então curador do prêmio Luiz Armando Bagolin, acusado de comentários considerados homofóbicos ao discutir com o especialista em literatura infantil Volnei Canônica. PUBLICIDADE

Houve outras mudanças este ano. Os livros-reportagens, que antes concorriam na categoria Humanidades, passaram a disputar a categoria Biografia, Documentário e Reportagem. A categoria Tradução passou do eixo Literatura para o eixo Livro, que contempla categorias técnicas, como Capa e Projeto Gráfico. A mudança impede que traduções concorram a Livro do Ano – a categoria é exclusiva para vendedores dos eixos Literatura e Humanidades.

A partir desta edição, os finalistas do Jabuti passaram a ser divulgados em duas etapas. Como já era costume, uma lista de 10 finalistas de cada categoria foi anunciada no início de outubro, no dia 3. No final do mês, dia 31, foi anunciada uma nova lista, com cinco finalistas.

Os vencedores de cada categoria ganharam uma estatueta e R$ 5 mil. O “Livro do Ano” levou R$ 100 mil.

Livros-reportagem, que antes concorriam na categoria Humanidades, junto com obras de ciências humanas, agora disputam a categoria Biografia, Documentário e Reportagem. A categoria Tradução passa do eixo Literatura para o Livro, que contempla categorias técnicas. A mudança impede que traduções concorram a Livro do Ano, pois essa categoria é exclusiva para vendedores dos eixos Literatura e Humanidades.

A categoria Formação de Novos Leitores passa a se chamar Fomento à Leitura. Agora, projetos de editoras e destinados à promoção e divulgação da literatura, e não apenas à formação de pequenos leitores, também podem ser premiados. PUBLICIDADE

Confira a lista completa dos premiados

Eixo “Literatura”

Conto:  “Um beijo por mês” (Luna Parque), de Vilma Arêas

Crônica:  “Pós-F: para além do masculino e do feminino” (LeYa), de Fernanda Young

Histórias em Quadrinhos:  “Graphic MSP – Jeremias: Pele (Panini, Maurício de Sousa), de Rafael Calça e Jefferson Costa.

Infantil:  “A avó amarela” (ÔZé Editora), de Júlia Medeiros e Elisa Carareto

Juvenil:  “Histórias guardadas pelo rio”

Poesia:  “Nuvens” (Editora 34), de Hilda Machado

Romance:  “O pai da menina morta” (Todavia), de Tiago Ferro.

Eixo “Ensaios”

Artes:  “Arte popular brasileira: olhares contemporâneos” (WMF Martins Fontes, Instituto do Imaginário do Povo Brasileiro), de Vilma Eid e Germana Monte-Mór (org.)

Biografia, Documentário e Reportagem:  “Jorge Amado: uma biografia” (Todavia), de Joselia Aguiar

Ciências:  “A caminho de Marte: a incrível jornada de um cientista brasileiro até a Nasa” (Sextante), de Ivair Gontijo

Economia Criativa:  “101 dias com ações mais sustentáveis para mudar o mundo” (Labrador), de Marcus Nakagawa

Humanidades:  “Uma história da desigualdade” (Hucitec), de Pedro H. G. Ferreira de Souza PUBLICIDADE

Eixo “Livro”

Capa:  “Revela-te, Chico” (Bem-te-vi Produções Literárias). Capista: Augusto Lins Soares

Ilustração:  “Chão de peixes” (Pequena Zahar). Ilustradora: Lúcia Hiratsuka

Impressão:  “Roberto Landell de Moura, o precursor do rádio” (Tamanduá). Responsável: Rodrigo Moura

Projeto Gráfico:  “Clarice” (Global). Responsável: Felipe Cavalcante

Tradução:  “Sobre isto”, de Vladímir Maiakóvski (Editora 34). Tradutora: Letícia Mei

Eixo “Inovação”

Fomento à Leitura:  Leia para uma criança (Itaú Social). Responsável: Dianne Cristine Rodrigues

Livro Brasileiro Publicado no Exterior:  “A resistência”, de Julián Fuks. Editoras: Companhia das Letras e Charco Press (Escócia).

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