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Gerente do HUB Salvador destaca criatividade e resiliência para cidade avançar como polo de empreendedorismo e inovação

Salvador tem ginga para a inovação e para os negócios do futuro. Se tiver quem invista e se for com vista para a Baía de Todos os Santos e em um dos mais antigos bairros empresariais do Brasil, como é o Comércio, ninguém segura.

Isso é o que acredita Enzo Alves. Com 23 anos e estudante de Relações Internacionais, ele é gerente de comunidade do HUB Salvador, um ponto de encontro hoje para mais de 160 empresas, incluindo 33 startups que vão das chamadas fintechs, passando pelas áreas de educação, saúde e varejo, sempre aliadas à tecnologia.

O Hub Salvador foi inaugurado há quatro anos, é uma Parceria Público-Privada (PPP) entre a prefeitura de Salvador e as empresas Bossa Nova e LightHouse e pode significar uma virada no modo como novos negócios nascem e se desenvolvem na capital.

Enzo Alves tem 23 anos e é gerente de comunidade do HUB Salvador — Foto: Divulgação

Enzo Alves tem 23 anos e é gerente de comunidade do HUB Salvador — Foto: Divulgação

O espaço tem planos de iniciar um programa de aceleração de empresas nos próximos meses e ganhou como vizinho, no aniversário de Salvador, no dia 29 de março, o Doca 1, um Polo de Economia Criativa que fez parte do pacote de entregas do aniversário de 473 anos de Salvador.

Nesta entrevista ao g1 Bahia, Enzo mostra a visão de um jovem influenciador de sua geração para a economia do futuro da cidade.

Como a Inovação pode casar com uma cidade histórica como Salvador, uma cidade agora com 473 anos?

A inovação serve para a gente fazer as coisas mais fáceis, mais duráveis, mais sustentáveis, melhores, mais bonitas e, enfim, simplesmente, serve para atribuir qualidades ao que já existe. Isso, inclusive, é uma das coisas que eu falo sempre nas sextas-feiras com estudantes de escolas municipais que a gente recebe lá no Hub. Salvador, sem dúvidas, é uma das cidades com maior contexto histórico do mundo. A gente tem tanta riqueza na arte, na arquitetura, nos costumes, na cultura… tudo que acontece aqui tem uma história por trás.

Acho que a gente pode usar a inovação em Salvador não só para preservar e potencializar tudo que a gente tem de relevância histórica, mas também para ressignificar e aproveitar que somos uma das cidades mais criativas do mundo e ir crescendo nos rankings. Não como uma métrica de vaidade, mas de mostrar que de fato a gente faz a diferença no mundo.

Além desses aspectos históricos e culturais que conhecemos, quais outros potenciais Salvador possui, tanto para se desenvolver na área de inovação como de empreendedorismo?

Eu sou nascido, criado e vivido em Salvador. O que eu percebo bastante é que as pessoas aqui não esperam a ideia perfeita para começar. Muitas das vezes o que determina o sucesso de um negócio, em um país como como o nosso, com uma variedade de pessoas absurda, é que se eu começo a empreender hoje, tiro minha ideia da mente, coloco no papel e eu começo a fazer ela funcionar, eu vou aprendendo a fazer isso à medida que eu vou fazendo.

Só por isso eu já estou na frente de quem esperou estar com aquela ideia toda bem formada, tudo muito bem planejado, para começar. A gente é criativo e a gente coloca a mão na massa.

É possível dizer que houve um crescimento de startups na capital baiana?

Nos últimos anos Salvador foi crescendo no número de startups. Hoje, se eu não me engano, nós somos a capital do Nordeste com o maior número de startups, o que aproveita todo o potencial da região em que estamos inseridos, com cidades que passam pelo mesmo desafio e que podem progredir trocando experiência, com a força de vontade e resiliência do soteropolitano.

Enzo Alves tem 23 anos e é gerente de comunidade do HUB Salvador — Foto: Divulgação

Enzo Alves tem 23 anos e é gerente de comunidade do HUB Salvador — Foto: Divulgação

Hoje o país todo ainda amarga os efeitos da pandemia. Com as áreas de serviço e de entretenimento, que são centrais para a economia de Salvador, em crise, como você avalia o momento para investir aqui na capital? Qual o termômetro para quem quer investir hoje em Salvador?

Assim como todo tipo de investimento é preciso ter cautela e olhar bastante naquilo que você vai investir. Salvador é um lugar que poderia atrair mais investimentos. A gente fica ali num escanteio, no ramo de startups ainda é bem difícil acessar investimentos aqui em Salvador, tem que dar um pulinho em São Paulo, em alguns outros ecossistemas, para conseguir. A gente tem feito [no Hub] uma ponte com a galera para diminuir essa simetria e tentar levar os investidores até esses contatos daqui.

De forma geral, considerando toda a questão da retomada, obviamente com toda cautela e respeitando as tendências relacionadas à Covid, tudo indica que há um momento propício para essa retomada da atividade de serviços e entretenimento aqui em Salvador, capital pela qual a gente é conhecida. Então é um momento propício sim para investir em Salvador, mas tem que ter consciência que tem uma quantidade de fatores grandes que não necessariamente estão ligados à Salvador, mas ao mercado, ao Brasil, ao mundo também.

Você já antecipou um pouco essa questão, mas quero insistir nela. O que tem sido mais forte hoje, a atração de empresas de fora para Salvador ou a expansão de empresas de Salvador para o Brasil?

As duas coisas estão acontecendo ao mesmo tempo. Mas nos últimos anos a gente tem feito melhor o nosso trabalho de levar tudo que a gente faz para fora da nossa cidade. Então, por exemplo, no ramo das startups a gente tem umas que obviamente já nascem pensando em atender em contexto nacional, mas antes preparavam ali no local. Hoje essas startups estão saindo não só para o nosso contexto nacional, mas para o internacional também.

HUB Salvador e Doca 1 são novos polos da criatividade soteropolitana — Foto: Divulgação

HUB Salvador e Doca 1 são novos polos da criatividade soteropolitana — Foto: Divulgação

Nos últimos anos e no momento atual a gente está conseguindo desenvolver melhor nossas empresas e levar essas empresas para o mundo. Ao mesmo tempo que a chegada de empresas estrangeiras ou de outros lugares do Brasil acontece também. Mas teve uma mudança. As nossas empresas estão amadurecendo e sendo reconhecidas, antes a gente via as empresas de fora vindo para cá e o empreendedor local era coadjuvante, hoje eu diria que somos o ator principal dessa novela.

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