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A força da economia da longevidade

No começo do mês, uma associação de aposentados nos Estados Unidos, a AARP, divulgou pesquisa sobre a força da economia da longevidade naquele país. Ao contrário da visão equivocada de que a população mais velha representa um peso para a sociedade, o resultado do levantamento aponta na direção oposta: o contingente acima dos 50 tem um papel fundamental no crescimento econômico.

Nos EUA, há 117 milhões de 50 mais, o equivalente a 35% da população. Em 2030, serão mais de 130 milhões. O segmento que mais cresce é o acima dos 85 anos, seguido pelo dos centenários. Essas pessoas contribuíram com 8.3 trilhões de dólares para a economia norte-americana em 2018: algo como 33 trilhões de reais.

Para cada dólar gasto no país, 56 centavos saíram de suas carteiras. Ainda de acordo com a pesquisa, a estimativa é de que, em 2050, mais de 100 milhões de empregos (45% do total) estarão associados ao grupo acima dos 50.

Não para por aí. Segundo o estudo da AARP, se contarmos o trabalho não remunerado dos mais velhos que ajudam na criação de netos, são cuidadores de parentes ou amigos, ou empregam parte de seu tempo como voluntários, isso representaria, em moeda, algo da ordem de 745 bilhões de dólares (quase 3 trilhões de reais).

São números poderosos que só ratificam o que este blog demonstrou em diversas colunas: há uma miopia generalizada sobre esse mercado. O próprio levantamento se encarrega de listar áreas que teriam muito a ganhar se focassem nesse público.

Para começar, a de serviços financeiros, uma vez que a longevidade nos obriga a saber como poupar e investir. No campo da tecnologia, há um mundo a ser explorado para atender às necessidades de idosos conectados que querem aprender, se divertir e se relacionar online.

Realidade virtual leva idosos a locais nunca antes explorados por eles
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Em 2018, 54% do dinheiro gasto em turismo e lazer saiu dos bolsos dos 50 mais – o que dá a dimensão do potencial do setor para agradar a quem dispõe de tempo e recursos para viajar. Por último, mas não menos importante, o mercado de cuidadores já explodiu por lá e o mesmo ocorrerá por aqui. Viveremos mais tempo, com saúde e capacidade de nos manter produtivos.

Essa é uma grande realização e tem que ser encarada como o sucesso que realmente é, livre dos estereótipos que persistiram até hoje. Eu adoraria que fizéssemos pesquisa semelhante no Brasil. Guardadas as devidas proporções, também demonstraria a força econômica de cinquentões, sessentões, setentões e por aí vai…

Por Mariza Tavares , G1

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