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Gasto com fumo cresceu 80%: qual o risco à saúde de produtos como narguilé?

As campanhas realizadas para diminuir o número de pessoas que consomem cigarro no Brasil têm surtido efeito. No mês passado, o país recebeu um prêmio da ONU (Organização das Nações Unidas) por ter reduzido em 40% o número de fumantes nos últimos 12 anos. Porém, na contramão desses números, a pesquisa IPC Maps (Índice de Pesquisa de Consumo), que analisa o potencial de consumo dos brasileiros, revelou que nos últimos cinco anos ocorreu um crescimento de 80,6% nos gastos com produtos ligados ao fumo por aqui.

Em 2019, foram gastos R$ 24,5 bilhões com cigarros (industrializados, de palha, eletrônicos), narguilés, cachimbos, charutos, fósforos, isqueiros e uma série de outros artefatos similares —enquanto em 2014 o brasileiro desembolsou R$ 13,6 bilhões com produtos desse tipo.

Como já falamos, isso não significa que o número de fumantes se elevou e ao olhar para esses valores temos que nos lembrar que os produtos sofreram aumentos nos últimos cinco anos —logo, não dá para afirmar que o brasileiro está fumando 80% mais. Mesmo assim, segundo os pesquisadores e os especialistas ouvidos pelo VivaBem, os dados servem como alerta sobre a importância de manter os esforços para inibir o uso de todos os produtos de tabaco. Isso porque na análise foi observado um consumo acentuado entre os jovens de utensílios como narguilé e cigarro eletrônico, que muitos acreditam ser menos nocivos à saúde.

Quais os perigos do narguilé?

Considerado muitas vezes um passatempo em grupo e fumado na companhia de amigos ou da família, o produto tem se popularizado principalmente entre os mais novos. Uma “sessão” de fumo de narguilé pode durar horas e é comum a percepção equivocada de que a água em seu interior possui um efeito de filtragem, o que o tornaria menos nocivo para a saúde.

Embora não existam estudos sobre a dependência causada pelo narguilé, é sabido que ele pode causar os mesmos danos iguais ou até maiores que o cigarro, dependendo da sua utilização. “O que faz mal nesses produtos é a inalação da fumaça da queima de material orgânico, no caso, do tabaco”, diz André Nathan Costa, pneumologista do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas do Hospital Sírio-Libanês. Dessa maneira, o uso contínuo aumenta o risco de doenças respiratórias (enfisema e bronquites) e cardiovasculares, como AVC e infarto, além de determinados tipos de câncer como de boca, garganta e pulmão.

Outros fatores que podem gerar prejuízos ao usuário são os flavorizantes presentes em alguns fumos, que podem ter efeitos cancerígenos, e o fato de o dispositivo normalmente ser compartilhado, o que expõe o fumante ao risco de contaminação e transmissão de várias doenças infectocontagiosas.

E o cigarro eletrônico?

Apesar de ser comprado facilmente no Brasil, a venda de cigarro eletrônico e vaporizadores é proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2009. Nos EUA, já foram associados ao produto mais de 1.200 casos de Evali (sigla em inglês para a lesão pulmonar provocada pelo uso do dispositivo) e 26 mortes.

Além dos efeitos causados pela nicotina, como aumentar o risco de doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, outras substâncias presentes nesses dispositivos podem resultar em irritação nas cavidades nasais, olhos, garganta, náuseas, dores de cabeça frequentes e danos no revestimento dos pulmões, fígado, rins e no sistema nervoso central.

A inalação em longo prazo de metais encontrados em alguns aerossóis de cigarros eletrônicos, como níquel, cromo, manganês e chumbo, também tem sido associada a alguns tipos de câncer, danos em órgãos e aos sistemas imunológico e cardiovascular. Outro fator que pode gerar problemas para o indivíduo são os flavorizantes presentes em alguns e-cigarettes, que podem gerar graves doenças pulmonares quando inalados, tendo muitos deles efeitos ainda desconhecidos.

Fontes: Adriana Carvalho, diretora jurídica da ACT (Aliança de Controle do Tabagismo); André Nathan Costa, pneumologista do Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas do Hospital Sírio-Libanês; Mariana Laloni, oncologista do CPO (Centro Paulista de Oncologia)/Oncoclínicas; e Thiago Zago, otorrinolaringologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu (SP).

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