Muitos fatores contribuem para o ganho de peso, mas os maiores vilões para a obesidade infantil são a alimentação desbalanceada e a falta de exercícios físicos. A obesidade infantil pode desencadear problemas de saúde como diabetes, hipertensão e colesterol alto, que são fatores de risco para as doenças do coração. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que crianças menores de 1 ano façam até 30 minutos de atividades físicas diárias, como engatinhar e movimentar os braços. Crianças de 1 a 2 anos devem fazer até 180 minutos de atividades por dia. Entre 3 a 4 anos, os mesmos 180 minutos por dia, sendo que 60 minutos devem ser de atividades físicas moderadas ou vigorosas. Já as crianças maiores de 4 anos devem fazer 60 minutos por dia de atividade física de intensidade moderada.
O tipo de atividade vai variar de acordo com a idade da criança. “Podem ser jogos, esportes, atividade física na escola. E podem ser realizadas em vários ambientes, dentro de casa, no quintal, no bairro, no parque, na escola. O importante é se movimentar”, ensina Paula Sandreschi, técnica da Coordenação Geral de Promoção da Atividade Física e Ações Intersetoriais do Ministério da Saúde.
Nada de criança parada, menos tempo de tela
Outro ponto importante para prevenir a obesidade infantil é a diminuição do comportamento sedentário, que é o tempo que as crianças ficam paradas, geralmente em frente às telas, que é o que atrai a atenção, como videogame, televisão e celular. “Como a gente sabe que isso é bem difícil, o ideal é aliar as duas coisas: se a criança está jogando, que dê preferência aos jogos que utilizam movimentos corporais; se ela está assistindo televisão, principalmente crianças menores, que escolham desenhos ou programas que tenham música, para que elas possam dançar”, orienta Paula.
Os adultos têm papel muito importante e, para incentivar a prática de atividades físicas, os pais devem dar bom exemplo aos filhos, brincando com eles e inserindo a criança nas rotinas diárias. “A atividade física deve ser incluída na cultura familiar, com práticas que estimulem, da maneira que os pais conseguirem, com os recursos que tiverem. Por exemplo, se a mãe está fazendo algum serviço doméstico, traz a criança para fazer junto. Se vai visitar um parente, que vá a pé, caminhando. Os exercícios físicos aumentam o gasto calórico e trazem inúmeros benefícios para a saúde”, explica Paula.
A prática de ioga com bebês e crianças, por exemplo, é um excelente exemplo de atividade divertida para interação com os pequenos e fortalecimento dos vínculos afetivos. Movimenta, relaxa, diverte e também pode ajudar a trabalhar o corpo físico da mãe, do pai ou do cuidador.
Brincadeiras ajudam a combater a obesidade infantil
Atividade física não precisa ser apenas prática esportiva. A ideia é que a criança encare essas atividades como um momento de lazer, confraternização com amigos e família e alegria. O ideal é que a própria criança escolha a atividade de sua preferência, e os pais devem respeitar os interesses dela para que haja motivação. “No combate à obesidade infantil é importante que a família tenha uma alimentação saudável e balanceada, e estimule as atividades físicas dos filhos. Limitar o uso de jogos eletrônicos e celulares e procurar opções de lazer mais ativas e com mais movimento também são importantes”, resume Paula.
Resgatar as atividades ao ar livre, tirando a criança da frente da tela e levando-a para um parque, para brincar na rua, subir em árvores, andar de bicicleta e jogar bola são opções baratas e divertidas. E tem ainda as brincadeiras que parecem estar esquecidas pelas crianças de hoje, como esconde-esconde, pique bandeira, pula-corda, totó, pingue-pongue.
Christiana Suppa
Agência Saúde